
João de Barro – Braguinha (Carlos Alberto Ferreira Braga)
Compositor. Autor. Cantor. Roteirista. Produtor.
Primogênito de um casal de classe média, Jerônimo José Ferreira Braga Neto (diretor da Fábrica de Tecidos Confiança) e Carmen Beirão Ferreira Braga. Passou uma infância feliz. Morou nos bairros cariocas da Gávea, Botafogo, mas o principal cenário de sua infância foi o bairro de Vila Isabel. Entre os amigos passou a ser chamado de Braguinha, nome pelo qual tornou-se conhecido também no meio musical, embora tenha adotado o pseudônimo de João de Barro para evitar constrangimentos familiares. Desde pequeno costumava cantar acompanhado ao piano pela avó.
Estudou inicialmente em uma escola pública, indo mais tarde para o Colégio Santo Inácio, dirigido por padres jesuítas, em Botafogo. Transferiu-se, depois, para o Colégio Batista. Foi lá que conheceu e tornou-se amigo do violonista Henrique Brito. A amizade despertou-lhe o interesse pela música, tentando aprender alguns acordes com o amigo. Estudou Arquitetura na Escola Nacional de Belas Artes, razão pela qual adotou o pseudônimo de João de Barro, em homenagem ao passarinho que constrói sua própria casa. Isso aconteceu porque seu pai não gostou de ver o nome da família circulando no ambiente da música popular, que era malvisto naquela época.
Em 1931, matriculado no 3º ano, resolveu deixar a Arquitetura e dedicar-se à composição. Seu processo para compor costumava ser o assobio, pois nunca teve uma formação musical formal. Casou-se em 1938, com Astréa Rabelo Cantolino, professora, com a qual teve uma única filha, Maria Cecília, que lhe deu três netos: Carlos Alberto, Maria Luiza e Maria Cláudia. Estes ainda lhe deram seis bisnetos (Carlos Daniel, Maria Beatriz, Maria Elisa, Maria Clara, Rafael e Gabriela). Faleceu na véspera do Natal de 2006, aos 99 anos de idade, de falência múltipla dos órgãos, na UTI do Hospital Pró-Cardíaco. O velório ocorreu na Câmara dos Vereadores e contou com a presença de diversas personalidades e autoridades todas unânimes em ressaltar as qualidades do compositor. Seu corpo foi sepultado no Cemitério São João Batista, em Botafogo, sendo enterrado junto com ele algumas das homenagens que receu como as medalhas Pedro Ernesto, Tiradentes e a da Ordem do Mérito Cultural. Foi homenageado pelos amigos que cantaram seus sucessos como “Chiquita bacana” e “Carinhoso”. Sua família endereçou um pedido ao prefeito da cidade para que na praça onde fica a estátua do compositor seja plantado um flamboyant, árvore cuja flor representa o sonho, na praça onde está a estátua do compositor, na esquina da Rua Barata Ribeiro com a Avenida Princesa Isabel, em Copacabana, como uma homenagem ao compositor que fez tal pedido na música “Velho Flamboyant”. Foi homenageado na quadra da escola de samba Estação Primeira de Mangueira com ritmistas e passistas sambando e cantando em sua homenagem. Em 2007, a escola de samba mirim Mangueira do Amanhã, apresentará o enredo “Yes, nós temos Braguinha”, com o qual a Mangueira desfilou e foi campeão no desfile de inauguração do Sambódromo, em 1984.