
Almanir Grego
Teve atuação musical constante entre as décadas de 1930 e 1940. Grande folião destacou-se no carnaval de Niterói tanto como compositor como participante de blocos, entre os quais o Bloco dos Solteiros, que era segundo depoimento dele mesmo, “composto por mais de trezentos figurantes e todos solteirinhos da silva”. Compôs sambas, valsas, choros e marchas, entre outros gêneros. Várias de suas composições foram lançadas pelas irmãs Carmen e Aurora Miranda.Teve sua primeira composição gravada em 1935, a canção “Beijo mascarada”, com Gadé, lançada na Odeon por João Petra de Barros. No ano seguinte, o choro “Onde ficou a minha sorte?”, com Gadé, foi gravado por Aurora Miranda, e o também choro “Polichinelo”, com Gadé, foi registrado por Carmen Miranda, as duas na Odeon. Em 1937, seu choro “Noivado desfeito”, com Gadé, foi gravado na Odeon pela cantora Aurora Miranda, e a marcha “Primavera da vida”, com André Filho, foi lançada, também na Odeon, por Carmen Miranda. No ano seguinte, J. B.de Carvalho registrou na Victor o samba “Princípio de amor”, e Aurora Miranda, também na Victor, o maxixe “Petisco do baile”, com Gadé. Teve gravado pelo grupo vocal e instrumental Anjos do Inferno em 1939 a marcha “Tim-tim por tim-tim”. No ano seguinte, o grupo vocal e instrumental Bando da Lua gravou na Columbia o samba “Ora, ora”, com Gomes Filho, um dos sucessos daquele ano. Em 1941, na Odeon, Odete Amaral gravou a valsa “Minha primavera”, e Almirante o samba “Eu e a lua”, com Gadé, enquanto na Columbia, o cantor Vassourinha registrou o samba “Ela vai à feira”, com Roberto Roberti. Teve outra composição gravada por Odete Amaral na Odeon em 1942: o samba-maxixe “Pra que tanto balanço”. No ano seguinte, o grupo vocal Quatro Ases e Um Coringa gravou o samba “Nós dois”, parceria com Gadé. Em 1944, o samba “Livro do passado”, com Valfrido Silva, foi gravado por Orlando Silva na Odeon. Em 1945, a marcha “O que é que eu tenho com isso”, parceria com Amado Régis e Gadé, foi gravada por Jorge Veiga, as marchas “E o mundo se distrai” e “Meu amor és tu”, ambas com Amado Régis e Gadé, foram registradas por Elvira Pagã, todas na Continental. Nesse ano, o choro “Coisas que ficaram para trás”, com Alberto Ribeiro, e o samba “Calma Dinorah”, com Valfrido Silva, foram lançadas na Continental pelo grupo vocal Os Trovadores, e o samba “Cantora de samba” foi registrado, também na Continental, pela cantora Linda Rodrigues. Teve ainda o samba “Pura ilusão”, com Gadé, gravado na Continental por Edna Cardoso. Em 1949, Abílio Lessa gravou a marcha “Síria-libanesa”, parceria com Alcyr Pires Vermelho. Em 1952, o samba “Ingratidão”, com Rutinaldo foi gravado na Todamérica por Elizeth Cardoso. No ano seguinte, o choro “Trombone na gafieira”, com Luiz Carneiro foi gravado na Odeon por Raul de Barros e seu conjunto, com vocais de Gilda de Barros, e relançado dois anos depois. Ademilde Fonseca regravou no ano seguinte o choro “Polichinelo”, com Gadé. Em 1957, o maxixe “Petisco do baile”, com Gadé, foi regravado por Aurora Miranda na Sinter. Teve o samba “Ora…ora” regravado por Aracy de Almeida no LP “Samba é Aracy de Almeida” lançado pela gravadora Elenco em 1966. Em 1984, fundou o “Templo da Seresta”, uma entidade de cunho lítero-musical, destinada a preservar o que há de melhor na música popular brasileira, prestando constantes homenagens aos autores e intérpretes. A fundação se deu durante a apresentação do “Grande jornal Fluminense”, um noticiário radiofônico que tinha como prefixo uma composição sua. Em 1992, gravou um disco pelo selo Niterói Discos do qual constou “Vila Real da Praia Grande – Hino a Niterói”, parceria com Nilo Neves. Parceiro de importantes nomes da música popular brasileira como Valfrido Silva, Alcyr Pires Vermelho, Alberto Ribeiro, Rutinaldo e André Filho, teve Gadé como parceiro mais constante. Além das irmãs Miranda, suas composições foram lançadas por Elizeth Cardoso, Aracy de Almeida, Raul de Barros, Linda Rodrigues, Quatro Ases e Um Coringa, Orlando Silva, Eliseth Cardoso, Gordurinha, Noite Ilustrada e outros. Seu maior sucesso foi o choro “Polichinelo”, gravado por Carmen Miranda e por Ademilde Fonseca.