Alexandre Gnattali (Alexandre Gnattali Filho)

Dirigiu orquestras nas gravadoras Odeon, Continental, Todamérica, Polydor e Columbia. Acompanhou com sua orquestra  gravações de diversos artistas, entre os quais Emilinha Borba, Roberto Carlos, Edu da Gaita, Albertinho Fortuna e Grande Otelo. Foi um dos regentes e orquestradores da Rádio Nacional, em sua época áurea nos anos 1940 e 1950.
Em 1950, fez os arranjos e regeu a orquestra acompanhando o instrumentista Edu da Gaita na gravação do “Capricho nortista I e II”, um pot-pourri de obras de Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira. Em 1951, atuou com sua orquestra no programa “Um fio de melodia”, na Rádio Nacional, que ia ao ar um vez por semana à noite com locução de Reinaldo Costa e Afranio Rodrigues e contava com participações de Paulo Gracindo, Muraro, Gilberto Milfont, Lenita Bruno, Ivon Curi e Carmélia Alves. Ainda na década de 1950, fez parte do programa “Quando os maestros se encontram”, na Rádio Nacional, juntamente com os maestros Lírio Panicali, Alberto Lazzoli, Léo Peracchi e Alceo Bocchino.
Em 1952, fez as músicas para três discos com seis historinhas infantis contadas por Tia Chiquinha para a Odeon em gravações acompanhadas por sua orquestra. Nesse ano, acompanhou na Continental, com sua orquestra, as gravações de Albertinho Fortuna no tango “Madreselva”, de Amadori, Giaroni e Canaro, e no beguine “Fado das mãos”, de M. Figueiredo, além da cantora Juanita Castilho no bolero “No creas” e na valsa “Mentira”, ambas de Estelita Rodriguez. Ainda no mesmo ano, fez com Juanita Castillo os boleros “Distantes” e “Solamente tu”, gravados por Juanita Castillo na Copacabana. Em 1954, com sua orquestra, acompanhou Jorge Goulart na gravação dos sambas “Fulana de tal” e “Minha amada dormiu”, de Antônio Maria, e “Minha ignorânia”, de Lupicínio Rodrigues, e no samba-canção “Coitado dele”, de Chocolate e Mário Lago, além da cantora Nora Ney nos sambas “Aves daninhas”, de Lupicínio Rodrigues, um grande sucesso, e “O que foi que eu fiz”, de Augusto Vasseur e Luiz Peixoto. No mesmo ano, fez os acompanhamentos orquestrais para Dick Farney na gravação do samba-canção “Outra vez”, de Antônio Carlos Jobim, então quase um estreante como compositor, e na toada “Canção do mar”, de Bruno Marnet.
Em 1955, acompanhou com sua orquestra o cantor Orlando Silva na gravação da valsa “Quero beijar-te ainda”, de Paulo Tapajós, e do samba-choro “Não foi o tempo”, de J. Cascata e Leonel Azevedo. No mesmo ano, acompanhou com sua orquestra a cantora Gilda de Barros, mulher do trombonista Raul de Barros, no samba-canção “Empregada de aliança”, de Ricardo Galeno, e na valsa “Menina moça”, de Pedro Caetano, Clemente Muniz e Guilherme de Brito; o Trio Irakitan no pregão “A velha das ervas bentas”, na valsa “O natal chegou”, de Costa Neto e Edson França, e na canção “Feliz natal…Boas festas”, de Irani de Oliveira e Lourival Faissal, além do cantor Roberto Luna no samba-canção “Falsas palavras”, de Jorge de Castro e Nicolau Durso, e no samba “A mulher é sempre mulher”, de Dunga e Cristóvão de Alencar.
Em 1956, acompanhou a cantora Violeta Cavalcanti na gravação do tango “Os olhos mais lindos”, de Canaro e William Duba, e no samba “Fita meus olhos”, de Peterpan. Ainda no mesmo ano, na gravadora Odeon, acompanhou com sua orquestra a cantora Violeta Cavalcanti na gravação do fox “Os pobres de Paris”, de Monnot e Raouzeaud, com versão de Júlio Nagib, e no samba-canção “Só louco”, de Dorival Caymmi. Acompanhou ainda Dorival Caymmi na gravação do samba “Maracangalha”, que foi um dos maiores êxitos do ano, e na toada “Fiz uma viagem”, ambas de Dorival Caymmi. Em 1957, regeu a Orquestra da Rádio Nacional na gravação da fantasia “A canção do fugitivo” e do beguine “Ansiedade”, ambas de Roberto Faissal em disco lançado pela RCA Victor. No mesmo ano, gravou com sua orquestra na Polydor o samba-canção “Se todos fossem iguais a você”, de Tom Jobim e Vinícius de Moraes, e o samba “Mexi com ela”, de Zé Kéti. Ainda em 1957, acompanhou com sua orquestra a gravação da canção “Luar de Paquetá” e da valsa “Olhos japoneses”, ambas da dupla Freire Junior e Hermes Fontes, pelo cantor Orlando Silva na Odeon. Fez também no mesmo ano os arranjos para as músicas compostas por Zé Kéti para o filme “Rio zona norte”, de Nelson Pereira dos Santos, marco na cinematografia brasileira. Ainda em 1957, gravou um tributo a Joubert de Carvalho no LP “A música de Joubert de Carvalho – Alexandre Gnattali e Sua Orquestra” da gravadora Odeon interpretando as composições “Maringá”, “Príncipe”, “Pierrot”, “Rosalinda”, “De papo pro á “, “Volta para o meu amor”, “Hula”, e “Minha casa”. No mesmo ano, participou com sua orquestra do LP “Festival de ritmos” da Polydor que contou ainda com as participações dos maestros Pernambuco, Lyrio Panicali, Guaraná, Waldemiro Lemke e Guerra Peixe. Nesse LP interpretou o samba “Mexi com ela”, de Zé Keti, e o samba canção “Se todos fossem iguais a você”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes. Em 1958, gravou com sua orquestra na Columbia os baiões “Pega ladrão” e “Maria Fumaça”, de Remo Usai. No ano seguinte, o LP “As doze mais – VOL. 3” da gravadora Columbia incluiu a interpretação de sua orquestra para o clássico choro “Lamento”, de Pixinguinha. Ainda em 1958, fez A direção musical do LP “Seleções de “A Severa” e Sucessos da Música Portuguesa”, gravado pela cantora Gilda Valença para a gravadora Sinter, no qual ela interpretou os fados “Arraial de Santo Antônio”, “Fado da Espera de Toiros”, “Velho Fado da Severa”, “Sol e Dó dos Bolieiros”, “Fado da Severa”, “Vira da Severa”, e “Canção da Chica”, todas da dupla Julio Dantas e Frederico de Freitas, além de “Nem Às Paredes Confesso”, de Artur Ribeiro, Ferrer Trindade e Maximiano de Souza, “Foi Deus”, de Alberto Janes, “A Minha Casinha”, de Antônio Melo, João Bastos e Silva Tavares, e “Sabe-se Lá”, “Partir Partir”, e “Fado da Saudade”, de Frederico Valério. Em 1960, compôs com Vicente Celestino, a canção “Viajante”, gravada na RCA Victor por Vicente Celestino no LP “Alma e coração”. Em 1961, acompanhou com orquestra e coro a cantora Emilinha Borba na gravação das marchas “Milhões de carinhos” e “Juntinhos é melhor”, de Fernando Costa, Rossini Pinto e Fernando Barreto, e Grande Otelo nas marchas “Tá certo, sim”, de Wally de Souza e Grande Otelo, e “Nenén transviado”, de Mário Barcelos. Nesse ano, lançou pela Columbia o LP “Samba, samba, samba – Orquestra e Coro Sob a Direção de Alexandre Gnattali” trazendo os sambas “Mulata assanhada”, de Ataulfo Alves, “Apito no samba”, de Luis Bandeira, “Fechei a porta”, de Sebastião Mota e Ferreira dos Santos, “Volta”, de Luis Bandeira e Djalma Ferreira, “Enlouqueci”, de Luis Soberano, Waldomiro Pereira e João Sales, “Carnaval”, de Djalma Ferreira e Ataulfo Alves, “Guarda a sandália dela”, de Germano Mathias e Sereno, “Jarro da saudade”, de Daniel Barbosa, Mirabeau e Geraldo Blota, “Solução”, de Raul Sampaio e Ivo Santos, “A fonte secou”, de Monsueto, Tufic Lauar e Marcléo, “A voz do morro”, de Zé Keti, e “Não me diga adeus”, de Paquito, Luis Soberano e João Correia da Silva.
Em 1962, na Columbia, acompanhou com sua orquestra diversas gravações, entre as quais, Emilinha Borba em “Castiga meu amor”, de Fernando Barreto e Fernando Costa, e “Filhinho querido”, “Benzinho” e “Quero outra vez sentir teu coração”, de Rossini Pinto e Fernando Costa; Alcides Gerardi em “Despedida”, de Paulo Borges, e “A Maria chorou”, de Augusta de Oliveira e Othon Russo, e o então iniciante Roberto Carlos nas canções “Fim de amor”, de Maresca, Dimucci e Gilberto Rochel, e “Malena”, de Rossini Pinto e Fernando Costa. Ainda nesse ano, gravou o LP “Chá-chá-chá – beguine – rumba – Orquestra Sob Direção de Alexandre Gnattali” interpretando músicas arranjadas nos ritmos de sucesso da época: “I love Paris”, de Cole Porter, “Tema do “Lago dos Cisnes”, de Tchaikovsky, “Carioca”, de Kah, Eliscu e Youmans, “Granada”, de Agustin Lara, “C’est si bom”, de H. Betti e A. Hornez, “Serenata”, de Anderson, “Guaglione”, de Fanciulli, Nisa e Larue, “Cerejeira rosa”, de Louiguy e J. Larue, “Malagueña”, de E. Ramirez e P. Galindo, “Les lavandieres du Portugal”, de Popp e Lucchesi, “I could have danced all night”, de Lerner e Loewe, e “Tema da 5ª Sinfonia”, de Tchaikovsky. Por essa época começou a atuar como arranjador na gravadora RGE. Ainda em 1962, regeu a orquestra e o coro para o LP “Isto é carnaval”, da Columbia. Em 1963, acompanhou Emilinha Borba na gravação da marcha “A menina da areia”, de Othon Russo e Getúlio Macedo, sucesso daquele ano. Em 1964, lançou o LP “Samba, samba, samba – VOL. II – Orquestra e Coro sob a Direção de Alexandre Gnattali” quando registrou os sambas “Labareda”, de Baden Powell e Vinicius de Moraes, “Beijo na boca”, de Ciro de Souza e Augusto Garcez, “Se acaso você chegasse”, de Lupicínio Rodrigues e Felisberto Martins, “Se eu errei”, de Francisco Neto, Humberto de Carvalho e Edu Rocha, “Couro de falecido”, de Monsueto e Jorge de Castro, “Só danço samba”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, “Liberdade demais”, de Mariano Filho e Hélio Nascimento, “Me queimei”, de Walfrido Silva e Antônio Nássara, “Larga o meu pé”, de Monsueto e Aloísio França, “Beija-me”, de Roberto Martins e Mário Rossi, “Este samba tem parada”, de Monsueto, e “Gamação”, de João Roberto Kelly.  Em 1969, fez os arranjos de cordas para o LP do cantor Roberto Carlos lançado naquele ano contrbuindo para a beleza e o sucesso de faixas como “Sua estupidez”, “As flores do jardim da nossa casa”, “Aceito seu coração” e “As curvas da estrada de Santos”. Na década de 1970, entre outros trabalhos, regeu a orquestra na gravação de dois discos do cantor Carlos Alberto, então grande sucesso na época. Em 1975, lançou o LP “Nosso samba é assim – Orquestra e Coro Sob a Direção de Alexandre Gnattali” com  a interpretação dos sambas “Jarro da saudade”, de Daniel Barbosa, Mirabeau e Geraldo Blota, “Enlouqueci”, de Luis Soberano, Waldomiro Pereira e João Sales, “Mulata assanhada”, de Ataulfo Alves, “Apito no samba”, de Luis Bandeira, “A voz do morro”, de Zé Keti, “Carnaval”, de Djalma Ferreira e Ataulfo Alves, “A fonte secou”, de Monsueto, Tufic Lauar e Marcléo, “Guarda a sandalia dela”, de  Germano Mathias e Sereno, “Fechei a porta”, de Sebastião Mota e Ferreira dos Santos, “Volta”, de Luis Bandeira e Djalma Ferreira, “Não me diga adeus”, de Paquito, Luis Soberano e João Correia da Silva, e “Solução”, de Raul Sampaio. Em 1976, foi lançado pela gravadora Philips o LP “Assim era a Atlântida” com fonogramas extraidos de filmes produzidos pela Atlantida Cinematográfica. Foi incluída nessa disco a abertura do filme “Garotas e Samba” no qual sua orquestra interpretou um pout pourri com o samba “Se o negócio é sofrer”, de Mário Lago e Chocolate, e as marchas “Vai com jeito”, de João de Barro, “Quem vai gargalhar”, de Domicio Costa e Luis Bell, “Não pense em me abandonar”, de Carlos Matos, “Inflação de mulheres”, de Marino Pinto e Eratóstenes Frazão, e “Marcha em Paris”, de Klécius Caldas e Armando Cavalcanti. Em 1985, regeu a orquestra na gravação do cordel musical “Estória de João-Joana”, de Carlos Drummond de Andrade e Sérgio Ricardo, gravação feita no Estúdio Transamérica, no Rio de Janeiro, com voz e arranjo de Sérgio Ricardo e orquestração de Radamés Gnattali. Em 2000, a gravação instrumental de “Se todos fossem iguais a você”, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, feita por sua orquestra, foi relançado em um dos CDs da série “Raros compassos” com as primeiras gravações da obra de Tom Jobim lançados pelo selo Revivendo. Em 2004, teve a canção “Noite linda de Natal”, com Juanita Castillo, na voz de Alcides Gerardi, relançada no CD “Feliz Natal” do selo Revivendo. Embora sem o mesmo sucesso do irmão Radamés, destacou-se com a gravação de inúmeros discos, acompanhamentos de artistas e partcipação em trilhas sonoras de filmes.

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